Toda a técnica de moldagem deve começar pela seleção da moldeira, que deve proporcionar segura cobertura da área a ser moldada sem causar traumas à mucosa, além de ter rigidez suficiente para evitar a indução de tensões durante o assentamento e remoção. As moldeiras de stock devem, preferencialmente, ser de aço inoxidável e perfuradas, para garantir a retenção do material pesado.
Apesar dos silicones não necessitarem de moldeira individual, há que se considerar que este artifício melhora a precisão da moldagem, ao limitar o volume de material, reduzindo assim o efeito da contração de polimerização e da contração térmica. As moldeiras devem ser rígidas, para evitar a indução de tensões e devem oferecer um espaço de 2-3 mm ao material. VAN NOORT e colab.11(1990) afirmaram que as moldagens com elastômeros de média viscosidade (silicones, por ex.) tomadas com moldeiras de plástico não rígido resultaram em modelos infiéis. O afastamento gengival é, também, uma etapa prévia absolutamente necessária quando temos margens de preparo subgengivais. Entretanto, é oportuno que se registe a necessidade de termos, a esta altura da execução do tratamento, uma gengiva saudável, sem inflamação, exsudato excessivo ou sangramento.
Isto obtêm-se, principalmente, a partir do adequado posicionamento do término cervical do preparo, respeitando o espaço biológico da inserção periodontal, e de uma restauração provisória correta e cuidadosamente adaptada às margens do preparo com forma de contorno, relações de contato proximais e oclusais, bem como dotado de superfícies polidas e regulares que dificultem a fixação da placa bacteriana e/ou que facilitem a sua remoção. Portanto, ter saúde periodontal, acreditamos que seja condição primordial para se tentar afastar temporariamente a gengiva para a moldagem dos dentes preparados. A grande maioria dos autores consultados na literatura indica o uso de cordões retratores sem vasoconstritores, exactamente pelos riscos sistêmicos inerentes ao uso destas substâncias. A recomendação é expressa, no sentido da utilização de cordões impregnados apenas com substâncias adstringentes, aplicados cuidadosamente, de forma a não traumatizar as inserções epitelial e conjuntiva no sulco gengival.
As moldagens com elastômeros podem ser executadas em algumas variáveis, entretanto, as mais comummente indicadas são as de dupla impressão e as de impressão única, usando materiais de diferentes consistências. Quando usamos uma só consistência é pertinente fazer uso de moldeira individual.
Técnica de moldagem em fase única (a mais indicada)
Esta técnica é indicada para materiais de consistência pesada, associados aos de consistência regular e fluida.
Ambos os materiais são manipulados com diferença de um minuto; o material pesado é acomodado na moldeira enquanto o fluido é levado aos dentes preparados com o auxílio de uma seringa.
Logo em seguida, a moldeira de stock já carregada com o pesado e uma pequena quantidade do regular ou fluido aplicada sobre o pesado, é posicionada sobre a região a ser moldada com uma pressão moderada para evitar a indução de tensões à massa da moldagem. MARTIGNONI8(1990) preconiza uma moldeira “curta”, cujos bordos externos permitam o escoamento (escape) do material excedente, de forma a não forçar a gengiva marginal a fechar o sulco gengival, impedindo a entrada ou expelindo o material já depositado em seu interior.